Bolsonaro é denunciado por ‘crime contra a humanidade e genocídio’ no Tribunal de Haia

O documento afirma que o governo brasileiro pretende criar um Brasil sem indígenas e apresenta atos de uma política anti-indígena "sistemática e intencional encabeçada por Bolsonaro".

Indígenas pedem o impeachment do presidente Jair Bolsonaro durante uma manifestação em Brasília, em junho de 2021 — Foto: Tiago Rodrigues/Congresso em foco

Nesta segunda-feira (9), a Articulação dos Povos do Brasil (Apib) protocolou uma denúncia no Tribunal Penal Internacional de Haia (TPI) contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O movimento social afirma que o presidente cometeu crimes contra a humanidade e  ao ter incentivado invasão de terras por garimpeiros. Em fevereiro do ano passado, enviou ao Congresso o projeto de Lei 191/2020, que pretende legalizar o garimpo. 

Em comunicado, a Apib informa que escolheu a data que marca o Dia Internacional dos Povos Indígenas para solicitar “que a procuradoria do tribunal de Haia examine os crimes praticados contra os povos indígenas pelo presidente Jair Bolsonaro, desde o início do seu mandato, janeiro de 2019, com atenção ao período da pandemia da Covid-19”.

Esta é a terceira denúncia apresentada ao tribunal contra o presidente Jair Bolsonaro. Caso sejam aceitas, será o primeiro presidente brasileiro a ser réu em Haia.

O Tribunal de Haia, mais formalmente conhecido como Tribunal Penal Internacional (TPI), é uma corte que entrou em funcionamento em julho de 2002. Foi criado após a elaboração do Estatuto de Roma, documento emitido em 1998 que tratava especificamente da criação de um tribunal internacional permanente para atuar de maneira independente.

“Acreditamos que estão em curso no atos que se configuram como crimes contra a humanidade, e ecocídio”, afirmou Eloy Terena, coordenador jurídico da Apib.

“Dada a incapacidade do atual sistema de justiça no de investigar, processar e julgar essas condutas, denunciamos esses atos junto à comunidade internacional, mobilizando o Tribunal Penal Internacional”, disse Eloy.

O documento afirma que o governo brasileiro pretende criar um sem indígenas. O material apresenta atos de uma política “anti-indígena explícita, sistemática e intencional encabeçada por Bolsonaro”. A Apib afirma que “a explícita recusa em demarcar novas terras, até projetos de lei, decretos e portarias que tentam legalizar as atividades invasoras, estimulando os conflitos” confirmam o projeto político do governo federal.

Em abril de 2020 foi protocolada uma denúncia da Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD) denunciando a política sanitária do governo durante a pandemia de Covid-19.

Mídia1508

A 1508 é um coletivo de jornalismo independente anticapitalista, dedicado a expor as injustiças sociais brasileiras e a noticiar as mobilizações populares no Brasil e no mundo.

Deixe seu comentário

Seu endereço de e-mail não será publicado.

Últimas Notícias