Nos dias 13 e 14 de junho, movimentos sociais do Rio de Janeiro receberam as visitas do palestino Jamal Juma, fundador da Campanha Palestina Contra o Muro do Apartheid e do movimento BDS (Boicote, Desinvestimento e Sanções), e de Maren Mantovani, coordenadora de relações internacionais da Campanha Palestina Contra o Muro do Apartheid e atua na secretaria internacional do Comitê Nacional Palestino do Movimento BDS.
Foi realizada uma coletiva de imprensa na manhã do dia 13 de junho no Gabinete do deputado Glauber Braga. Na coletiva, os dois falaram sobre o genocídio que acontece em Gaza.
Maren relatou a importância do Brasil ter reconhecido o que acontece em Gaza como genocídio, mas também fez críticas ao governo brasileiro que mantém relações comerciais com Israel, principalmente em questões militares, contraditoriamente, alimentando o mesmo exército que promove o genocídio.
Jamal falou sobre as atuais condições dos palestinos em Gaza e na Cisjordânia. Gaza está totalmente destruída, toda a infraestrutura. Não há mais universidades em Gaza, todas foram bombardeadas. Lembra que os números oficiais ignoram as centenas de milhares de pessoas enterradas, presas sob os escombros. “O número com certeza é muito maior”, afirma. São mais de 100 mil pessoas feridas e “estamos falando de pessoas sem acesso a hospital, sem os remédios necessários, então são pessoas feridas que provavelmente podem vir a morrer”, denuncia.
Jamal Juma nasceu em Jerusalém e frequentou a Universidade de Birzeit, onde iniciou sua vida política. Desde a Primeira Intifada, ele tem se concentrado no ativismo de base.
“Se olharmos para as estatísticas e para os alvos em Gaza, dos 37 mil palestinos assassinados, 15 mil são crianças e mais de 10 mil são mulheres. […] Se você perceber, Israel tem como alvo todas as pessoas de Gaza, todas as formas de vida em Gaza.”
Jamal Juma
Assista a coletiva na íntegra:
No período da tarde, Jamal e Maren foram recebidos pelos gabinetes das deputadas estaduais Marina dos Santos e Elika Takimoto, ambas do PT.
À noite ocorreu o Ato Público: ‘As armas de Israel matam na Palestina e no Brasil’ no Espaço Paulo Freire, no Sindicato dos Professores do Município do Rio de Janeiro (SinproRio), que reuniu mais de 100 pessoas de diferentes movimentos sociais em solidariedade ao povo palestino.
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Na sexta-feira (14), foi a vez da vereadora Monica Cunha (PSOL) recebê-los. A agenda terminou com uma visita ao Sindipetro do Rio de Janeiro.
A realidade palestina é ainda pior do que vem sendo televisionado.
Jamal fez questão de destacar em suas falas a importância da divulgação sobre o que acontece em Gaza e na Cisjordânia, e pediu aos movimentos que continuem mobilizados exigindo ao governo brasileiro que corte relações imediatamente com Israel.