Nesta terça-feira (21/07) dezenas de mães de estudantes da Rede Municipal de Educação do Rio de Janeiro realizaram um protesto em frente à prefeitura, na Cidade Nova, Centro do Rio. Às 10 horas da manhã as manifestantes se reuniram em frente ao prédio contra o retorno das aulas em agosto e para reivindicar as cestas básicas e o cartão alimentação prometidos pelo governo Crivella (PRB), que até o momento chegou apenas a uma pequena parcela da população carioca.
Após cerca de duas horas sob o sol escaldante com faixas, cartazes e gritos exigindo a entrega das cestas e o cartão, uma funcionária chegou à escadaria do prédio, e tentou impor a subida de apenas uma pessoa que supostamente faria uma reunião com a secretária de educação, o que foi negado pelas mães.
Guardas municipais trancaram o portão impedindo a entrada de pessoas e a funcionária se retirou, o que levou as mães a bloquearem as demais entradas do prédio. Um tempo depois, a mesma funcionária desceu novamente e autorizou a entrada de quatro mulheres, que escoltadas pelos guardas com cassetetes, subiram até uma sala aonde não foram recebidas nem pela secretária nem pelo prefeito, e sim por um subsecretário de gestão e dois homens que as intimidaram, afirmando que só haviam permitido a subida delas para conseguirem desbloquear as entradas, e tentando convencê-las de que seus relatos não eram verídicos. Segundo algumas mães, houve distribuição de alimentos estragados pela prefeitura, além de milhares de famílias ainda não terem sido contempladas; elas afirmam que há crianças passando fome.
O descaso e desrespeito vivido pelas mães durante o protesto foi acompanhado pela ouvidoria da Defensoria Pública, que move ação na justiça contra o governo desde maio deste ano quando constatou que o mesmo continua a fazer arrecadação por meio do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) mas não está fazendo o repasse dos recursos a todos os estudantes, como determinou o decreto n° 47.329/2020 em março deste ano. O governo Crivella, que ironicamente foi eleito com o mote “cuidar das pessoas” coleciona processos no Ministério público desde 2017, quando cortou mais de 3 bilhões de reais do orçamento do Rio, sendo só da saúde 547 milhões. Além disso, Crivella não fez nenhum investimento significativo na área da cultura, pelo contrário, censurou peças de teatro e uma exposição de artes visuais, a Queermuseu, que fez uma arrecadação histórica via financiamento virtual e foi exibida no Parque Lage.
Aliado ao poder da igreja Universal e das milícias, o terrível governo Crivella se arrasta gerando ainda mais caos social para o Rio de Janeiro.