A revolta contra o aumento das tarifas de ônibus no Rio de Janeiro em 30 de Junho de 1987. É bom para lembrarmos que não foi só em 2013 que explodiu uma revolta contra o aumento do preço dos transportes na cidade. Coletivos ficaram em chamas, cerca de 60 ônibus foram incendiados por populares revoltados com o aumento de 49% nas tarifas.
A revolta de 1987
A população do Rio de Janeiro é surpreendida pela elevação de 49% no preço das passagens de ônibus. A tarifa da maioria das linhas passa de 4,80 cruzados para 7,20 cruzados. As viagens mais longas aumentam de 9,50 cruzados para 14,20 cruzados. O reajuste ocorria em plena vigência do Plano Bresser, lançado no dia 12 do mesmo mês, que estabelecia o congelamento de todos os preços por um período mínimo de 90 dias.
O aumento fora autorizado pelo juiz da 2ª Vara da Fazenda Pública do Rio de Janeiro, Ivaldo Correa de Souza, sem contestação pelo governo federal. Os cariocas, que gastavam em média 30% de seus ganhos com transporte público, se revoltaram. Manifestantes incendiaram 60 ônibus e quebraram vidraças e carrocerias de outros cem. Mais de 50 pessoas ficaram feridas. Diante da intensidade dos protestos, o juiz revogou a autorização.
Durante o Plano Cruzado, um salário mínimo comprava cerca de 500 passagens de ônibus. Com o Plano Bresser, esse poder de compra caiu pela metade. Em São Paulo, o preço das passagens subiu de uma forma tão absurda que o aumento chegou a 433% entre março de 1986 e julho de 1987.
Não há justiça sem revolta.
Texto e informações: Memorial da Democracia