Nesta quarta-feira (22), profissionais da educação em greve de 24 horas realizaram um protesto em Laranjeiras, Zona Sul do Rio. A manifestação marchou pelas ruas do bairro até o Palácio Guanabara, residência oficial do governador Cláudio Castro (PL).
Segundo o Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio de Janeiro (SEPE-RJ), professores e funcionários administrativos da rede estadual estão mobilizados, em campanha salarial, por uma recomposição salarial e cumprimento do Piso Nacional do Magistério e do Piso Regional RJ para os funcionários, entre outras reivindicações.
A concentração da manifestação ocorreu no Largo do Machado, local próximo ao Palácio Guanabara, sede do governo, e destino final do ato. Pouco antes das 12 horas, a marcha foi iniciada em direção ao Palácio.
Na sede do governo, segundo o Sepe, o Gabinete Militar do Palácio Guanabara informou de que o governador não estava no local. O sindicato formou uma comissão de negociação para entrar no Palácio e protocolar um pedido de audiência com o governo.
O governo não apresentou uma resposta para as reivindicações dos trabalhadores, mas fez questão de mobilizar um grande número de agentes da Polícia Militar (PM) para cercar os manifestantes durante todo o ato. O Batalhão de Choque da PM também foi acionado e sitiou a marcha durante todo o percurso.
A categoria reivindica além da recomposição, a convocação dos concursados aprovados e novos concursos; implementação do 1/3 extraclasse, entre outras questões. O sindicato está convocando a categoria da rede estadual para uma assembleia no próximo sábado, dia 25 de junho, às 10 horas no Clube Municipal, na Tijuca.
A repressão explícita e a “disfarçada”
A repressão ao ato da categoria é um ponto a se destacar. Não é novidade, mas a atuação de um grande número de agentes da Polícia Militar (PM), viaturas e até o Batalhão de Choque da PM também foi acionado para cercar os manifestantes durante a marcha.
Outro forma de repressão e controle, nem tão explícita mas muitas vezes mais eficiente, é a atuação dos chamados P2, agentes da polícia ou do governo que agem como infiltrados, disfarçados – às vezes nem tanto – de civis dentro de manifestações. O número foi grande: primeiro, pela quantidade de pessoas do ato e, segundo, por se tratar de um protesto de profissionais de educação e não de uma “organização criminosa”.
No entanto, não se pode ser ingênuo, os que reivindicam seus direitos e lutam por ele são tratados como inimigos pelo Estado.