Israel mata 78ª criança palestina no ano

O atual primeiro-ministro de Israel, Naftalli Bennett, defendeu abertamente os infanticídios cometidos pelas forças armadas do país: “Não são crianças, são terroristas".

Palestinos carregam corpo de Mohammed Al-Allami, de apenas 12 anos — Foto: Akram al-Waara/MEE

Na quarta-feira passada (28), Mohammed Al-Alami, um menino de 12 anos, foi morto a tiros pelas forças israelenses na cidade de Beit Ummar, perto de Hebron, na ocupada. Ele foi atingido com cinco balas no peito após um soldado abrir fogo contra o carro dirigido por seu pai, Moyyad Al-Alami, que fazia uma manobra para se dirigir a uma loja de doces próxima de onde moravam, a pedido do filho. Mohammed é a 78ª criança assassinada pelo de apenas em 2021 e a terceira a perder a vida desta maneira na Cisjordânia em pouco mais de uma semana.

Não fosse isso absurdo o suficiente, seu funeral, realizado na quinta-feira (29), ainda foi marcado por mais um ato de cometido pelas tropas sionistas. Enquanto centenas de moradores de Ummar se dirigiam ao cemitério local para velar o corpo do menino, militares israelenses que estavam estacionados no local atacaram a multidão, matando outro jovem cisjordaniano. Shaukat Awad, de 20 anos, foi alvejado na cabeça e no abdômen e não resistiu aos ferimentos, vindo a morrer no mesmo dia, segundo informações do Ministério da palestino.

De acordo com o Crescente Vermelho, braço da Cruz Vermelha na região, além de Awad, mais uma pessoa foi baleada e outras 20 ficaram feridas por balas de borracha durante o conflito.

“Mal havíamos chegado ao cemitério e do nada os soldados começaram a atirar em nós de todas as direções” afirmou ao site Middle East Monitor, Waleed Wahdein, médico voluntário da entidade. Ele relata ainda ter tido realizar dezenas de atendimentos de emergência por conta do gás lacrimogênio lançado pela contra os participantes do cortejo fúnebre, dentre os quais havia idosos e crianças. “Para todo lugar que eu olhava havia gente sufocando”.

“Tudo o que eu queria era enterrar o meu filho. Esse é o meu direito mais básico, não é? Eles atiraram em nós, durante um funeral. Será que Mohammed não pode ser deixado em paz nem mesmo no seu túmulo?” revoltou-se Moyyad, em uma tenda no centro de Ummar na qual os palestinos se refugiaram após o ataque.

Em 2018, quando ainda ocupava o cargo de ministro da educação, o atual primeiro-ministro de Israel, Naftalli Bennett, defendeu abertamente os infanticídios cometidos pelas forças armadas do país.

“Devemos atirar para matar”, declarou, referindo-se aos palestinos que, em manifestações desde o mês de março, se aproximam da cerca levantada por na fronteira exigindo o fim do bloqueio à Faixa de Gaza.

Diante da declaração, o entrevistador, da rádio Ondas do Exército (Galei Tzahal) perguntou: “Inclusive as crianças?”

“Não são crianças, são terroristas. Não vão nos fazer de bobos”, foi a resposta.

Mídia1508

A 1508 é um coletivo de jornalismo independente anticapitalista, dedicado a expor as injustiças sociais brasileiras e a noticiar as mobilizações populares no Brasil e no mundo.

Deixe seu comentário

Seu endereço de e-mail não será publicado.

Últimas Notícias