As forças de ocupação israelenses lançaram, na madrugada desta segunda-feira (24), uma campanha de prisões contra palestinos, tendo como pano de fundo sua participação em manifestações e protestos contra a ofensiva sionista em Jerusalém Oriental e Gaza. Mais de 15 palestinos foram presos na operação, que incluiu as cidades como Nablus, Lod, Nazareth, Umm al-Fahm, Al-Tira e outras áreas, de acordo com a mídia local. Dentre os encarcerados, estão o secretário do movimento Fatah na Jerusalém ocupada, Shady Matwar, e o menino Tawfiq Muhammad Shafiq Hajeer (16 anos) da aldeia de Deir Ibzi, levados após invadirem suas casas.
Desde 13 de abril, a tensão na região se agravou como resultado da violência cometida contra a população árabe pela repressão israelense e colonos judeus na Jerusalém ocupada, especialmente na Mesquita de Al-Aqsa e seus arredores, e no bairro Sheikh Jarrah, onde Israel tenta remover de suas casas 12 famílias palestinas.
Como resposta, a resistência palestina começou a disparar foguetes de Gaza a cidades e assentamentos israelenses em um raio de 45 quilômetros da fronteira. A ação, porém, despertou a sede do premiê israelense Benjamin Netanyahu por vingança, após o constrangimento causado pela interrupção de uma sessão do Knesset (parlamento) e de um comício de colonos ilegais em Jerusalém.
Bombardeios aéreos contra o território palestino ocupado, além de disparos de tanques e navios de guerra, prosseguiram ao longo de dez dias, até a aprovação de um acordo cessar-fogo entre Israel e o movimento palestino Hamas na última sexta-feira (21). Dentre os alvos, muitas propriedades residenciais, um campo de refugiados, uma escola, uma sociedade beneficente, locais de recreação, fábricas etc. Ao todo, estima-se em 244 o número de mortos (sendo 232 apenas do lado palestino, incluindo 65 crianças e 39 mulheres).
Israel detém mais de 1.800 pessoas durante os ataques
As prisões acontecem depois de protestos massivos em várias cidades da Palestina, bem como confrontos entre cidadãos árabes e as forças de Israel, que deteve mais de 1.800 pessoas, segundo a organização de direitos civis local Al-Asir. De acordo com o acompanhamento, divulgado na última quarta-feira (19), o índice de encarceramento alcançado nas últimas semanas é o mais alto desde 2015, em termos de número de detentos e do período de tempo em que ocorreram.
O grupo aponta que as detenções não excluíram jornalistas, assim como uma grande quantidade de ativistas em solidariedade e ex-prisioneiros políticos. Ainda segundo o Al-Asir, as autoridades israelenses têm praticado diferentes formas de tortura nos centros de investigação e prisão, além de impedir detentos de se reunirem com advogados, dentre outras violações de direitos.