A população paraguaia está na rua há dias contra a política genocida do governo do país. Os manifestantes protestaram nesta quarta-feira (17) para acompanhar o debate na Câmara dos Deputados que discute o impeachment do presidente, Mario Abdo Benítez, e de seu vice, Hugo Velázquez.
O processo, no entanto, foi rejeitado.
O pedido de impeachment foi arquivado por 36 votos a favor, 42 contra e 2 ausências. Eram necessários 53 votos para aprovação. Eles são acusados de má gestão da pandemia de Covid-19, que soma 186 mil casos e 3.588 mortes por coronavírus no país.
Os manifestantes, que já fizeram cair o antigo ministro da Saúde, entraram em confronto na região do Congresso Nacional. Em seguida, um grupo foi para a sede do Partido Colorado, do presidente direitista, e atearam fogo no edifício e iniciaram um incêndio, que já foi controlado.
Momento em que manifestantes incendeiam a sede do Partido Colorado, após um homem disparar contra um grupo que protestava em frente ao local.
Após o arquivamento do pedido, manifestantes e policiais entraram em confronto na região do Congresso Nacional. Fogos de artifício foram lançados contra os agentes da repressão, que responderam com tiros de bala de borracha, segundo o jornal ABC Color.
A discussão do pedido de afastamento do presidente e de seu vice começou cedo nesta quarta-feira (17), após o deputado Basilio Núñez, líder da bancada do Honor Colorado, da base de apoio de Abdo Benítez, requisitar uma sessão extraordinária para manobrar as acusações e arquivá-las, segundo analistas. A solicitação de abertura do processo foi feita pela oposição, que é minoria na Câmara.
A insatisfação popular está relacionada à falta de insumos básicos nos hospitais e centros de saúde, como analgésicos. Não foi apresentado um plano nacional de vacinação – chegaram ao país apenas 4.000 doses do imunizante russo Sputnik V e 20 mil doses da chinesa Coronavac vendidas pelo governo chileno. Pouco para os 7 milhões de habitantes.
A vacinação ainda não chegou nem a 0,1% da população.