Um policial militar agrediu um jovem de 18 anos na cidade de Feira de Santana, a cerca de 100 km de Salvador, após uma discussão trânsito. Depois de sacar a arma, ameaçar a vítima, dar coronhadas e chutes, o policial ainda o levou até a delegacia, onde tentou o imputar o crime de “tentativa de assalto”.
O caso aconteceu no bairro Conjunto Feira X, na noite do último sábado (22). A vítima da agressão, que preferiu não se identificar, contou que estava de moto com um amigo, quando fez uma manobra para desviar de um carro. O policial, que pertence ao 10º Batalhão da Polícia Militar de Itaberaba, presenciou a situação e não gostou. Ele foi então atrás dos jovens, que estacionaram a moto e entraram na hamburgueria da família de um deles. Imagens de câmeras de segurança flagraram toda a ação. O PM chegou no local e começou a discutir. Ele dá um soco no rapaz, que revida. O militar então saca a arma, derruba uma motocicleta, manda o adolescente deitar no chão, onde o tortura com coronhadas e chutes. Segundo a mãe da vítima, que também não quis se identificar, o agente dizia o tempo inteiro que ia matar o rapaz.
“Ele ficava batendo no menino e depois ele veio e falou: ‘Cadê o outro? Cadê o outro? Eu vou matar! Eu vou matar!’. Foi desesperador. Eu não estou conseguindo nem comer. Choro toda hora. Hoje mesmo eu estava tremendo”, lembra ela.
Testemunhas contaram que o policial também ameaçava quem estava no local a todo momento. A mãe de uma das vítimas chegou a ter uma arma apontada em sua direção pelo militar, após ligar para a polícia para tentar fazer uma queixa.
“Ele apontando a arma para minha mãe, minha mãe chorando. Ele apontou a arma para o meu outro irmão, Ficou mandando meu irmão apagar as imagens da câmera lá”, disse o rapaz.
Depois disso, o policial também acionou a Polícia Militar, pedindo reforço, alegando tentativa de assalto. Os jovens foram colocados em uma viatura e levados para a delegacia. Os dois só foram liberados às 4h da manhã, após a chegada de um advogado contratado pelas família.
“Nós fomos tirados como ladrão, nós somos trabalhador. Tendo que ir no fundo de viatura. A sorte é que tinha conhecido, senão a gente ia sair como ladrão”, disse o outro rapaz, que também não quis ter identidade revelada.