Milhares de pessoas protestaram neste sábado (4) em Paris para exigir a retirada do projeto de reforma da Previdência. A mobilização entra em seu segundo mês e atinge principalmente os transportes públicos, em greve desde 5 de dezembro. O governo mantém sua posição e afirma que o programa de mudanças será implementado, apesar das manifestações.
Os manifestantes atenderam ao chamado de vários sindicatos e saíram às ruas de Paris carregando faixas com slogans como “Macron, retire seu projeto”. Os “coletes amarelos” participaram da marcha parisiense, que se concentrou no leste da capital, passando pela Praça da Bastilha. Alguns manifestantes tentaram invadir a Gare do l’Est, uma das principais estações ferroviárias da capital. Houve confronto com a polícia, que usou gás de pimenta para reprimir os manifestantes. Um policial foi atingido por um morteiro durante o percurso parisiense.
Protestos também foram registrados em Marselha, no sudeste do país, reunindo centenas de pessoas. Já em Toulouse, no sudoeste, membros do movimento dos “coletes amarelos” conseguiram entrar em uma estação ferroviária e bloquearam os trilhos com o apoio de funcionários grevistas.
Nova jornada de manifestações já foi anunciada
As manifestações acontecem na véspera do aniversário de um mês da mobilização, que coincide com o momento da volta do recesso de fim de ano. A partir de segunda-feira (6), parte da população que ainda estava em férias retornou ao trabalho e enfrentou novamente os problemas de transportes, já que o sistema de trens e metrô continuam afetados.
A semana também será marcada pela retomada das negociações entre o governo e os sindicatos. Durante sua mensagem de fim de ano, o presidente Emmanuel Macron indicou que a reforma entrará em vigor, independentemente dos protestos da população, que apoia os grevistas. Uma nova jornada de greve geral já foi anunciada para hoje.