Na manhã desta quinta-feira, 14 de março, centenas de mulheres organizadas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) bloquearam a passagem de um trem da empresa Vale no município de Sarzedo, em Minas Gerais. A manifestação, além de repudiar o crime cometido pela Vale em Brumadinho em janeiro deste ano, homenageou a vereadora Marielle Franco, executada junto com seu motorista, Anderson Gomes, há um ano.
No meio do protesto, a Polícia Militar atacou as manifestantes com gás de pimenta e houve confronto. Pelo menos dez mulheres ficaram feridas.
Segundo informações dos organizadores, cerca de 400 pessoas participaram do ato que tentou impedir o trajeto do trem da Vale que passa diariamente por Sarzedo, cidade vizinha a Brumadinho, transportando minério de ferro extraído do quadrilátero ferrífero de Minas Gerais.
As camponesas também denunciaram a violência da mineração predatória contra as mulheres, a ameaça de abastecimento de água gerada pelas mineradoras, a sonegação da previdência e o não pagamento dos impostos sobre a extração mineral.
O movimento afirma que a Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM), pago pelas mineradoras aos municípios para garantir a exploração, não corresponde ao desenvolvimento da região, tornando-a dependente de um modelo de mineração estritamente vinculado à lógica capitalista. Nesta quinta-feira, o número de mortos na tragédia em Brumadinho subiu para 203, informou a Defesa Civil de Minas Gerais. Outras 105 pessoas ainda estão desaparecidas.