Nesta quarta-feira, por volta da 13 horas, helicópteros da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ) atiraram contra moradores do Morro do São Carlos, que fica no Centro da cidade, enquanto sobrevoavam a favela. Os policiais efetuaram vários disparos seguidos, rajadas. Alguns moradores gritavam “assassinos” durante e após os tiros.
Essa é uma prática comum de terrorismo de Estado contra o povo preto e pobre do Rio de Janeiro. Se, para os tribunais brasileiros, quando se mata alguém no trânsito, dirigindo embriagado, “há intenção de matar”, por que não se pode dizer o mesmo de uma polícia que atira descaradamente a esmo contra áreas densamente habitadas como as favelas cariocas?
Até quando vai se aceitar o cínico discurso midiático das “balas perdidas“?
A verdade é que para eles a vida na favela não tem valor.
Nas redes sociais, diversos moradores relataram também que além do Morro do São Carlos, os dois helicópteros da polícia sobrevoaram aos tiros as favelas da Coroa, Mineira e do Querosene. Os tiros começaram por volta das 13h20, horário em que as ruas estão movimentadas com milhares de pessoas, inclusive com crianças.
“O [helicóptero] Águia deu muito tiro. Na hora, todos correram”, contou uma moradora.
Alguns relatos nas redes sociais de moradores das favelas atingidas:
“Helicóptero passou aqui em cima da Coroa dando tiro! Meu deus, aonde vamos parar? Horário de criança sair da escola! Absurdo isso!”
“Perigo danado, do nada vem os tiros e nós inocentes não sabemos onde se esconder. Deus nos proteja.”
“Quase morri do coração com o susto. Parecia que era aqui dentro de casa.”