Entidades de direitos humanos e movimentos sociais do campo e da cidade denunciam violência e terror contra trabalhadores rurais da Liga dos Camponeses Pobres (LCP), em Rondônia. Camponeses das áreas Tiago Campin dos Santos e Ademar Ferreira, localizadas no distrito de Nova Mutum em Porto Velho (RO), denunciam o terrorismo de Estado que se intensifica contra a luta camponesa na região.
Vídeos de moradores de Nova Mutum, Porto Velho (RO), circulam nas redes sociais e apresentam um aparato de guerra para realizar o despejo e expulsar as mais de 800 famílias dos acampamentos Tiago Campin dos Santos e Ademar Ferreira. Segundo informações, há cerca de 3 mil militares envolvidos na ação, desde o aparato do governo do presidente Jair Bolsonaro a tropas de diversas unidades da Polícia Militar de Rondônia, do governador Marcos José Rocha (PSL) e de José Hélio Pachá, Secretário de Estado da Segurança, Defesa e Cidadania de Rondônia, que comandou a operação de cerco e execuções em Corumbiara, em 1995.
A ABRAPO – Associação Brasileira dos Advogados do Povo denuncia que no final da tarde do dia 16 de outubro, último sábado, recebeu um vídeo (acima) de uma camponesa moradora do distrito de Nova Mutum em Porto Velho, Rondônia (Acampamento Tiago Campin dos Santos), em que registra dezenas de carros da Polícia Militar (PMRO), Força Nacional de Segurança e Polícia Federal. É possível ver também pelo menos três helicópteros militares sobrevoando em uma área feita de zona de pouso. Camponeses que estão no local disseram que há mais de 50 viaturas cercando a área.
A entidade informa também que há meses as forças policiais têm atacado o Acampamento, promovendo um verdadeiro terror no campo, humilhando e agredindo os camponeses. Em agosto desse ano a polícia executou três camponeses no acampamento vizinho (Ademar Ferreira).
As famílias camponesas estavam apreensivas porque não havia qualquer informação se a operação ocorreria durante a madrugada de sexta-feira (16) ou durante o fim de semana. Recebemos a informação de que a ação de despejo (forçado) será dia 19 de outubro, amanhã.