Extrema direita israelense tenta bloquear entrada de comida em Gaza

A falta de alimentos pode provocar a morte de 14 mil bebês em Gaza nas próximas horas. O aviso é do subsecretário-geral da ONU para os Assuntos Humanitários e Coordenador de Ajuda de Emergência, Tom Fletcher.⁠

Extrema direita israelense tenta bloquear entrada de ajuda humanitária em Gaza - Foto: Reuters

Israelenses sionistas (extrema direita) se reuniram nesta quarta-feira (21) perto da fronteira de Kerem Shalom na tentativa de bloquear caminhões que transportavam ajuda humanitária para Gaza, enquanto entidades internacionais de direitos humanos alertam para a fome na região.

Os sionistas foram retirados pela polícia local, onde também se encontravam apoiadores (incluindo judeus não sionistas) da ajuda humanitária que queriam liberar a estrada e permitir que os caminhões seguissem em direção ao povo palestino.

“A situação em Gaza é horrível e nossos reféns não têm comida”, disse Dotan, manifestante em apoio a entrada de alimento em Gaza. “Queremos garantir que as coisas melhorem lentamente em Gaza e que acabemos com esta guerra.”

“Viemos aqui esta manhã porque recebemos relatos de que a extrema direita vai bloquear os caminhões de ajuda humanitária. Sabemos que eles tentaram fazer isso no ano passado e estamos aqui para garantir que isso não aconteça novamente. A situação em Gaza é horrível, e nossos reféns não têm comida. Queremos garantir que as coisas melhorem lentamente em Gaza e que acabemos com esta guerra”, afirmou outro manifestante.

Contrários à ajuda humanitária, sionistas carregavam cartazes e agitavam bandeiras, com dizeres de que estavam “aqui para bloquear a ajuda que está indo diretamente para o Hamas em Gaza”.

A ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF) acusou Israel de limitar a entrada em Gaza de ajuda “ridiculamente insuficiente”, apenas para “evitar a acusação de que está matando de fome as pessoas”. Na segunda-feira (19), Israel anunciou que havia permitido a entrada de cinco caminhões no território após mais de dois meses de bloqueio.

A intensificação do genocídio promovido por Israel em Gaza tem prejudicado suas relações com grande parte do mundo. Países europeus, como França, Alemanha e Grã-Bretanha, ainda que tardiamente, agora afirmam que a situação é intolerável, e até mesmo o apoio dos EUA, aliado histórico de Israel, parece estar vacilante.

Israel aposta em uma prática bem conhecida, a negação a todo custo como ferramenta de propaganda política para legitimar sua atuação militar.

Contraditoriamente, a negação do Holocausto é uma das principais manifestações negacionistas da extrema direita. Hoje, a negação é do Holocausto palestino.

A partir do negacionismo, Israel contesta que Gaza esteja enfrentando uma crise de fome e afirma, sem provas, que seu bloqueio visa, em parte, impedir que o Hamas desvie e apreenda suprimentos de ajuda. O Hamas nega ter feito isso e acusa Israel de usar a fome como tática militar.

Há 11 semanas que Israel não deixa entrar comida em Gaza — Foto: Hatem Khaled/Reuters

A fome em Gaza

A falta de alimentos pode provocar a morte de 14 mil bebês em Gaza nas próximas 48 horas. O aviso realizado ontem, no dia 20 de maio, é do subsecretário-geral das Nações Unidas (ONU) para os Assuntos Humanitários e Coordenador de Ajuda de Emergência, Tom Fletcher.⁠

Após quase 3 meses de bloqueio, na segunda-feira (19), o governo israelita declarou ter autorizado a entrada em Gaza de cinco caminhões da ONU que transportavam ajuda humanitária, incluindo alimentos para bebês.⁠

Mas Fletcher sublinhou que esses alimentos são apenas “uma gota no oceano do que é urgentemente necessário” para os 2,1 milhões de palestinos encurralados num território onde a fome continua a provocar vítimas mortais.⁠

Mídia1508

A 1508 é um coletivo anticapitalista de jornalismo independente, dedicado a expor as injustiças sociais e a noticiar as mobilizações populares no Brasil e no mundo.

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