O líder indígena Pablo Isabel Hernández foi assassinado a tiros no dia 09 de janeiro de 2022 no departamento de Lempira, oeste de Honduras, denunciou o Comitê de Familiares de Detidos-Desaparecidos do país (Cofadeh).
O crime ocorreu no município de San Marcos de Caiquín, quando homens armados interceptaram o diretor da rádio comunitária Tenán e atiraram nele, disse Bertha Oliva, coordenadora do Cofadeh.
“Ficamos surpresos com o assassinato de Pablo Hernández, defensor dos direitos humanos, do meio ambiente e dos interesses da comunidade de Lenca e um líder local e nacional comprometido”, destacou.
Acrescentou que Hernández promoveu e integrou a Rede Cofadeh de Defensores de Direitos Humanos e atualmente fazia parte da Rede Nacional da ONG de familiares de hondurenhos desaparecidos.
O jovem indígena denunciou repetidamente que era objeto de “perseguição, ameaças de estigma e ódio” por parte das autoridades do município de San Marcos de Caiquín, disse Oliva.
A última denúncia de Hernández foi apresentada em 16 de março de 2021 por defender os direitos humanos, a água e a terra, comentou Oliva, que disse que Cofadeh começou a verificar se a denúncia foi formalizada perante o Ministério Público.
Hernández, que presidiu a Rede Cacique Lempira Senhor das Montanhas de Agroecologistas da Biosfera, também foi um líder religioso em sua comunidade, um ambientalista “por convicção” e promoveu uma universidade indígena e dos povos.
Eea pertencia à etnia Lenca, como Berta Cáceres, premiada por seu trabalho ambiental e morta a tiros em 2016 após anos de luta contra megaprojetos que ameaçavam desalojar povos indígenas.
Honduras é um dos países mais perigosos para os defensores do meio ambiente, dos direitos humanos e da terra, segundo relatórios da Anistia Internacional e da ONG Global Witness.
Em 2020
Félix Vásquez, 70 anos, era uma indígena Lenca, a mesma etnia a que pertencia a hondurenha Berta Cáceres, premiada por seu trabalho ambiental e morta a tiros em 2016 após anos de luta contra megaprojetos que ameaçavam desalojar povos indígenas. Vásquez também era um defensor do meio ambiente, “preocupado com a ocupação de proprietários de terras em áreas de reserva natural, como a bacia hidrográfica de El Jilguero”, cujos danos impactariam mais de 300 famílias indígenas, detalhou a ONG Defensores en Línea.
Segundo relatos de testemunhas, pelo menos quatro pessoas com o rosto coberto entraram na casa, localizada na comunidade de Ocotal, município de Santiago de Puringla, departamento de La Paz, onde subjugaram e espancaram alguns dos presentes e, em seguida, assassinaram Vasquez.
Desde 2015, mais de 20 defensores indígenas foram assassinados, conforme relatado na época pelo Movimento Indígena Independente Lenca de La Paz-Honduras (MILPAH).
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Por DW
Tradução: Mídia1508