“Tiro de fuzil não é bala perdida”, diz mãe de criança assassinada pela PM no Rio

“Queremos Justiça, fizeram uma covardia com meu filho!”, diz Luciana Cristina Rosa Pimenta, mãe de Kauan, 12 anos, assassinado em mais uma operação policial.

A criança Kauan Pimenta Peixoto, de 12 anos, morreu após ser baleado durante uma operação da Militar (PM) na da Chatuba, em Mesquita, na Baixada Fluminense, na noite de sábado (16/03). Familiares acusam os policiais do 20º BPM (Mesquita) de entrarem atirando no local. Kauan estava na casa do pai, que divide a guarda com a ex-mulher. Ao ser informada que o filho estava no hospital, ela passou mal.

De acordo com parentes, o menino saiu da casa do pai para comprar um lanche com o irmão, de 10 anos, no momento da ação policial. Ele foi levado para o Hospital da Posse, em Nova Iguaçu. Segundo informações da unidade de saúde, Kauan chegou em estado grave com tiros no pescoço e no abdômen e passou por uma cirurgia de emergência, mas não resistiu.

“A gente quer saber o que aconteceu, eles [policiais] sempre falam como se não fizessem nada. Nunca na minha vida imaginei que isso podia acontecer, infelizmente estamos sentindo na pele a injustiça que a gente via pela TV”, lamentou um familiar.

Segundo a assessoria de comunicação da prefeitura de Nova Iguaçu, um menino de 12 anos deu entrada no Hospital Geral de Nova Iguaçu (HGNI) na madrugada deste domingo (17/03), após ser baleado no pescoço e abdômen, em Mesquita. “O paciente chegou em estado grave, foi levado para cirurgia de emergência, mas não resistiu aos ferimentos e morreu. O corpo ainda se encontra no hospital aguardando remoção”, diz a prefeitura na nota.

Um amigo da família escreveu: “Meus sentimentos a todos os amigos e toda família, muito triste. A corrupta e despreparada do estado do não tem condições de continuar atuando, essa polícia tinha que acabar! Mais uma que vira estatística na conta do estado! Descanse em paz”.

Kauan, 12 anos, na escola / Foto: arquivo pessoal

“Foi uma situação horrível. Fui para o hospital porque me disseram que foi bala perdida, mas quando chego lá, vejo que meu filho levou três tiros. Bala perdida era para ser um tiro só”, desabafa a mãe de Kauan.

Kauan deu entrada no hospital com um tiro no abdômen, um no pescoço e um na perna. A mãe de Kauan confrontou as informações dadas pela no boletim de ocorrência com a de moradores do local.

Inconformada, a mãe continuou o desabafo a partir de informações de testemunhas:

“Descobri que os policiais entraram na Chatuba e não houve confronto. Meu filho encostou na parede, deram um tiro na barriga dele e quando caiu, levou outro na perna. Depois, o algemaram e colocaram no carro. Ele ainda estava consciente e quando chegou ao hospital, estava desacordado e tinha tomado um terceiro tiro. Eu quero saber o que aconteceu”, disse.

O corpo do menino Kauan Pimenta Peixoto, de 12 anos, foi enterrado nesta segunda-feira (18), em Nilópolis, na baixada fluminense, sob protestos de familiares e amigos.

Familiares do menino reafirmaram que ele tinha saído de casa para comprar um lanche quando foi atingido e acusaram policiais militares de terem atirado no jovem. Revoltados, parentes e amigos de Kauan protestaram durante e após o enterro com cartazes pedindo justiça.

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Rafael Daguerre

Fotógrafo, Repórter, Editor e Documentarista

Um dos fundadores da Mídia1508. "Ficar de joelhos não é racional. É renunciar a ser livre. Mesmo os escravos por vocação devem ser obrigados a ser livres, quando as algemas forem quebradas" ― Carlos Marighella.

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