Texto por Primera Línea Revolucionaria Chile.
Boric iniciou seu governo em 11 de março de 2022, com muitas promessas de mudança. Na realidade, as promessas não foram além da demagogia barata. Nada que era fundamental nem sequer entrou em pauta.
A “Refundação” dos Carabineros (Polícia) se transformou em elogios recorrentes às atuações repressivas dos policiais.
A liberdade dos presos políticos foi transformada em manter os presos políticos presos ou submetidos a julgamentos que podem mandá-los para a prisão por décadas.
O aumento das liberdades democráticas se transformou na continuação da repressão do governo de Sebastián Piñera. Quem ousa lutar é alvo da repressão.
Os Carabineros de Chile em qualquer manifestação contra o sistema usam seus “guanacos”, blindados que lançam fortes jatos de água aos quais adicionam produtos químicos prejudiciais à saúde. Como se não bastasse, aos guanacos se juntam os “zorrillos”, que são veículos blindados menores dos quais se dispara spray de pimenta contra os manifestantes e até mesmo nos transeuntes.
O fim das AFPs (Fundos de Pensão) se transformou na manutenção das AFPs e até mesmo no bloqueio da quinta retirada dos fundos de pensão, nas condições do assustador aumento dos preços de todos os produtos de consumo popular.
A desmilitarização de Wallmapu se transformou em aumento da repressão ao povo Mapuche na região. A visita de Boric à região de Bio-Bio foi tão burlesca que ele passou por cima das autoridades mapuches locais.
Ao aumento do custo de vida, o governo Boric responde com total desconhecimento das demandas populares e com políticas de manutenção do regime, que é de propriedade de um percentual mínimo de “privilegiados”.
A nova Constituição reflete as altas doses de demagogia do governo Boric, naquilo que é sustentado pelo sistema. Nada que compõe a estrutura do sistema instaurado pela ditadura Pinochet, o grande laboratório do chamado “neoliberalismo”, está sendo sequer questionado. Algumas concessões demagógicas ainda terão que ser regulamentadas por lei, o que implica que o pouco que foi concedido na carta nos será tirado na prática.
Os trabalhadores e o povo chileno estão começando a entender pela dura experiência que a única maneira de lutar por suas necessidades é ir às ruas.
—
Tradução: Mídia1508