Agricultores e camponeses protestam contra reformas e ocupam Delhi, capital da Índia

Manifestantes romperam as barricadas da polícia e marcharam em direção ao centro de Delhi, onde está localizado o parlamento.

Agricultores em protesto removem uma barricada de arame farpado montada pela polícia para impedi-los de seguir em direção a Delhi, na fronteira entre Delhi e Haryana / Foto: AP

Milhares de e camponeses realizaram nesta terça-feira (26) uma forte mobilização contra as reformas agrícolas na Índia.

A pé e em tratores, os manifestantes fizeram parte de uma grande manifestação planejada para o Dia da República no país. Os manifestantes romperam as barricadas da polícia para invadir o complexo histórico do Forte Vermelho de Delhi e até hastearam bandeiras ao lado da bandeira nacional.

Outros romperam as barricadas da polícia e marcharam em direção ao centro de Delhi, onde está localizado o parlamento da Índia.

Eclodiram confrontos com a repressão policial. Um manifestante morreu e mais de 80 policiais ficaram feridos. Os serviços de internet móvel foram suspensos em partes de Delhi e algumas estações de fechadas para tentar controlar a revolta dos trabalhadores.

O governo afirma que as reformas que geraram os protestos liberalizarão o setor agrícola, mas os afirmam que perderão renda. Dezenas de milhares deles estão em greve nos arredores de Delhi desde novembro, exigindo que as leis sejam revogadas. Na semana passada, eles rejeitaram uma oferta do governo para suspender as leis.

É um dos protestos liderados por trabalhadores do campo mais longos que a Índia já viu, colocando a comunidade contra o primeiro-ministro indiano Narendra Modi e seu governo liderado pelo Partido Bharatiya Janata (BJP).

O Dia da República é um feriado nacional que marca o aniversário da Índia adotando oficialmente sua constituição em 26 de janeiro de 1950.

“Viemos aqui para entregar uma mensagem ao governo Modi, nosso trabalho está feito. Voltaremos agora”, disse um agricultor em protesto à NDTV.

O que as novas leis agrícolas propõem?

As leis afrouxam as regras sobre a venda, preço e armazenamento de produtos agrícolas, que protegeram os indianos do mercado livre por décadas.

Os temem que as novas leis ameacem concessões de décadas – como preços garantidos – e enfraqueçam seu poder de barganha, deixando-os vulneráveis ​​à exploração por empresas privadas.

As leis foram comparadas a uma “sentença de morte” por grupos de agricultores.

O que é o Forte Vermelho?

O Forte Vermelho foi construído no início do século 17 pelo imperador Mughal Shah Jahan e foi a sede do governo Mughal até 1857, quando a Índia começou a ser governada pelos invasores britânicos.

A enorme cidadela, com suas distintas paredes de arenito vermelho, levou quase uma década para ser concluída. O primeiro primeiro-ministro da Índia, Jawaharlal Nehru, içou a bandeira nacional do forte em 16 de agosto de 1947 – um dia após a declaração de independência da Grã-Bretanha.

As tropas indianas deixaram o forte em dezembro de 2003, após o que foi entregue ao ministério do turismo. O forte foi declarado Patrimônio Mundial da Unesco em 2007.

em protesto congestionam uma rodovia enquanto tentam seguir em direção a Delhi, na fronteira entre Delhi e Haryana / Foto: AP
Os manifestantes quebraram as barricadas e as jogaram da ponte / Foto: PTI
enfrentam a polícia na fronteira entre Delhi e Haryana / Foto: AP
Um grupo de manifestantes juntam-se aos exigindo a abolição das novas leis agrícolas, que dizem que resultarão na exploração por empresas, na fronteira do estado de Delhi-Haryana / Foto: AP
Agricultores em protesto quebram uma barricada montada por oficiais de segurança para impedi-los de marchar em direção a Delhi, na fronteira entre Delhi e Haryana / Foto: AP

Mídia1508

A 1508 é um coletivo de jornalismo independente anticapitalista, dedicado a expor as injustiças sociais brasileiras e a noticiar as mobilizações populares no Brasil e no mundo.

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