Um morador de rua precisou ser socorrido após ter 36% do corpo queimado enquanto dormia embaixo de uma marquise na Quadra 5 do Setor Central do Gama, região administrativa do Distrito Federal. O atentado ocorreu na madrugada desta quarta-feira (17/04/19).
Segundo o relato de testemunhas, Valdiran da Silva Mota estava dormindo quando dois homens chegaram em um carro preto, jogaram álcool e atearam fogo em seu corpo, fugindo logo em seguida.
Valdiran foi encaminhado ao Hospital Regional do Gama (HRG) e, depois, levado ao Hospital Regional da Asa Norte (Hran) – unidade pública referência no DF em tratamento de queimaduras. Seu quadro é considerado estável.
O crime acontece às vésperas de se completarem 22 anos de um outro caso bastante parecido, que chocou o país. Em 20 de abril de 1997, cinco jovens de classe média atearam fogo no corpo do líder indígena Pataxo Hãe-Hãe-Hãe Galdino Jesus dos Santos.
Galdino, que tinha ido à Brasília tratar da demarcação das terras do seu povo no sul da Bahia, dormia em uma parada de ônibus da W3 no momento do ataque. O índio, então com 44 anos, morreu, após ter 95% do seu corpo queimado. Os envolvidos fugiram sem prestar socorro.
Os cinco assassinos, Antônio Novely Vilanova, Max Rogério Alves, Tomás Oliveira de Almeida, Eron Chaves Oliveira e Gutemberg Nader Almeida Junior, foram julgados, condenados, cumpriram as penas e já estão livres. Quatro deles se tornaram servidores públicos.
Em 26 de outubro de 2018, outra pessoa foi queimada viva enquanto dormia nas ruas da capital federal. A vítima de 34 anos, identificada apenas como Alessandro, foi levado para o Hospital Regional da Asa Norte (Hran) com 12% das pernas queimadas. Ele sobreviveu.