No Brasil foram convocadas marchas Pela Legalização do Aborto e em apoio à luta na Argentina. Em São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e Porto Alegre foram construídas manifestações por diversas organizações feministas. Inspiradas na organização das mulheres argentinas e em apoio a votação que ocorria no Senado argentino.
Na capital Fluminense, as mulheres marcharam pelo direito ao aborto no Brasil, nas ruas do Centro da cidade. As forças para impor no Brasil o direito ao aborto legal, seguro e gratuito só poderá vir das ruas, da luta direta contra o Estado patriarcal. Jamais do congresso, que sempre foi e sempre será conservador e machista. Em São Paulo o ato foi organizado pelo “Colectivo Feminista de Argentinxs” e participação de movimentos feministas do Brasil.
Ocorreram manifestações pelo mundo todo, como nas cidades de Madri, Barcelona, Nova York, Cidade do México, e diversos países da América Latina. Mais de 70 países terão ou tiveram manifestações nesse dia. Chile, Costa Rica, Brasil, Japão, África do Sul, Austrália, Irlanda são alguns dos países onde aconteceram manifestações neste dia 8 de agosto pelo direito ao aborto livre, legal, seguro e gratuito.
O resultado infelizmente foi o de sempre, o Senado negou o direito às mulheres de escolher. A lei que descriminaliza o aborto no país foi reprovada. A reação foi imediata. Milhares de mulheres e apoiadores foram para as ruas de Buenos Aires e protestaram contra a decisão. Revoltadas com a decisão, as manifestantes entraram em confronto com a repressão policial.
Na América Latina, apenas o Uruguai, a Guiana Francesa, Cuba e a cidade do México tem legislação que garante o aborto legal. Todos os anos mais de meio milhão de mulheres abortam no Brasil.
Por ser crime, todas essas mulheres poderiam ser presas no país. Esta situação de clandestinidade acarreta na morte de milhares de mulheres, e são as mulheres pobres, negras e trabalhadoras precarizadas as que mais morrem devido aos procedimentos arriscados.
Muitas mulheres que sobrevivem enfrentam sequelas físicas irreversíveis. É frequente que o aborto deixe também sequelas psicológicas nas mulheres como a depressão e outros transtornos psicológicos graves, justamente por ser considerado crime e ser realizado sem acompanhamento profissional. O aborto é uma questão de saúde pública que não pode ser ignorada.