104 anos sem Rosa Luxemburgo

“Os erros cometidos por um movimento realmente revolucionário são histórica e infinitamente mais fecundos e valiosos que a infalibilidade do melhor ‘Comitê Central’”

1871-1919 | ROSA LUXEMBURGO: COMUNISTA E REVOLUCIONÁRIA

Rosa Luxemburgo nasceu em Zamosc, na Polônia, então pertencente à Rússia, no dia 5 de março de 1871. Filha de comerciantes, ainda na adolescência, começou sua militância no movimento operário, mas após uma geral, em 1889, fugiu da perseguição política e se refugiou na Suíça. Em Zurique, ingressou na Universidade de Ciências Aplicadas, onde estudou Ciências Naturais, Matemática, Direito e Economia Política.

“Por um mundo onde sejamos socialmente iguais, humanamente diferentes e totalmente livres […] Quem não se movimenta, não sente as correntes que o prendem”

Em 1892 participou da fundação do Partido Social Democrata da Polônia. Em 1897 defendeu sua tese de doutorado em Direito e Ciências Políticas, intitulada ‘O Desenvolvimento Industrial da Polônia’. Em 1898 vai para Berlim, onde passou a militar na sociedade democrática alemã. Nesse período adquire a cidadania alemã ao se casar com Gustav Lubeck.

Em 1899 publica um ensaio intitulado ‘Reforma Social ou Revolução?‘ Onde critica aqueles que esperam alcançar o por meio de iniciativas institucionais e pacíficas. Ganhou projeção no meio marxista com a publicação do ensaio e contra o teórico socialista Eduardo Bernstein, amigo pessoal de Engels e executor do testamento de Marx. Neste artigo, até hoje bastante conhecido e difundido, Luxemburgo questiona os argumentos de que o atingira um desenvolvimento tal que impediria crises e levaria a possibilidades de transformação meramente por iniciativas institucionais e pacíficas.

“É preciso autodisciplina interior, maturidade intelectual, seriedade moral, senso de dignidade e de responsabilidade, todo um renascimento interior do proletário. Com homens preguiçosos, levianos, egoístas, irrefletidos e indiferentes não se pode realizar o socialismo”

Durante dez anos, entre 1904 e 1914, Rosa Luxemburgo representou o partido socialdemocrata polonês e lituano, como passou a se chamar a entidade após 1900, no Bureau socialista internacional em Bruxelas. Em 1906 viajou clandestinamente para Varsóvia a fim de colaborar com a russa iniciada um ano antes, e foi detida junto com Jogiches, passando quatro meses na prisão. Em sua volta à Berlim, sua defesa da de massas como instrumento contra o já ocupava lugar central em suas intervenções políticas e teóricas.

Entre 1907 e 1914 foi professora da escola de quadros do partido socialdemocrata alemão, sendo deste período a elaboração de obras como A acumulação do capital (1913) e Introdução à economia política (1925). Juntamente com outros companheiros de partido, como Clara Zetkin e Karl Liebkbnecht, articula em 1914 o Grupo Internacional em à aprovação de créditos de guerra por parte da socialdemocracia, convertida aos esforços militares e nacionalistas do período.

“Os erros cometidos por um movimento realmente revolucionário são histórica e infinitamente mais fecundos e valiosos que a infalibilidade do melhor ‘Comitê Central’”

Em 1915 é presa e só libertada em 1918, quando funda o jornal ‘Bandeira Vermelha’ futuro diário oficial do partido, que dirigiu ao lado de Karl Liebknecht. Em 1918 o Grupo Internacional passaria a se chamar Liga Spartakus, organização que encabeçaria uma tentativa de na Alemanha. Rosa é presa pelas tropas do governo e assassinada em 15 de janeiro de 1919. Rosa Luxemburgo tinha 48 anos.

Rafael Daguerre

Fotógrafo, Repórter, Editor e Documentarista

Um dos fundadores da Mídia1508. "Ficar de joelhos não é racional. É renunciar a ser livre. Mesmo os escravos por vocação devem ser obrigados a ser livres, quando as algemas forem quebradas" ― Carlos Marighella.

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