Milhares de pessoas realizaram uma manifestação na Vila Cruzeiro, Penha, na última sexta-feira (31), para denunciar o massacre policial do dia 28 de outubro.
Familiares, moradores e movimentos sociais se reuniram no Campo do Ordem, na Vila Cruzeiro, e saíram em caminhada pelas ruas da região, com o objetivo de chegar à sede do governo.
Dezenas de kombis e centenas de mototaxistas seguiram para o Palácio Guanabara, como no dia 29, para protestar contra o governador Cláudio Castro (PL).
A Polícia Militar montou um esquema de bloqueio na cidade para impedir que os manifestantes chegassem ao Palácio. Tanto as dezenas de kombis quanto as centenas de mototaxistas foram impedidos pela polícia na Avenida Brasil.
Os organizadores da manifestação conseguiram fretar vários ônibus para levar manifestantes ao Palácio e, segundo informações dos próprios motoristas, foram ameaçados por policiais. Os agentes ameaçaram afirmando que “vai ter tiro” e que eles não deveriam seguir para o Palácio Guanabara.
Os números da fracassada “megaoperação”
Entre tantos números hediondos e por vezes desencontrados, o que se sabe é o seguinte: nenhum dos mortos estava entre os 100 nomes que tinham contra si mandados de prisão que justificaram a ação. Nenhum. Quanto aos presos, 113, apenas 20 deles tinham os mandados que deram origem à operação. Metade dos mortos tinha ao menos um mandado de prisão e 54 homens que morreram não tinham sequer um mandado de prisão. De prisão, não de execução.
A polícia do Rio admitiu que 17 de suas vítimas fatais não tinham nenhum histórico criminal, mas usou dados de redes sociais para estabelecer vínculos entre algumas dessas vítimas e o Comando Vermelho. Num dos casos, de Thiago Neves Reis, uma bandeira vermelha triangular em forma de emoji foi apontada como indício de pertencer à facção. O rapaz de 26 anos não tinha mandado de prisão, não era investigado e não possuía antecedentes criminais. Em outro caso de Kauã de Souza Rodrigues da Silva, de 18 anos, a polícia disse que suas redes sociais não exibiam postagens desde 2022, o que indicaria eliminação de possíveis provas de participação no tráfico. Ele também não tinha antecedentes criminais.
—
Atualizado dia 10.11.2025










