Cinco dias após o assassinato de Thiago Menezes, 13 anos, e seis dias da morte de Guilherme Lucas, 26 anos, ambos mortos pela Polícia Militar (PM), uma criança e um adolescente morreram baleados pela polícia na manhã deste sábado (12) na Ilha do Governador, Zona Norte do Rio.
Os moradores acusam policiais militares pelas duas mortes.
Segundo informações, o caso aconteceu com a tentativa de abordagem a dois homens em uma moto na saída de um baile funk no Morro do Dendê. Após a morte a tiros de Wendel Eduardo, de 17 anos, a população local protestou. A PM reprimiu a manifestação a tiros e a criança Eloá Passos, de 5 anos, que não estava no ato, foi baleada.
A PM, como de costume, afirma que o jovem “atirou contra os agentes” e diz não saber como a garota morreu. Mas não apresentam qualquer prova.
O tio de Wendel contesta essa versão e afirma, com base em testemunhas que estavam no local, que o sobrinho levantou os braços e mesmo assim foi baleado. Ele também conta que nunca teve notícias de que Wendel tivesse qualquer envolvimento com o crime.
Em entrevista à TV Globo, prima de Eloá, Indiane Passos disse que a menina foi atingida no peito. “Estava em casa, brincando, pulando na cama, comendo doce do mesversário da irmã dela que foi ontem (11/08). Estava acontecendo uma manifestação porque eles mataram um menor”, disse Indiane, se referindo a Wendel. “Eles [PMs] mandaram tiro para dentro da comunidade.”
O avô de consideração de Eloá, Fábio Santana, também em entrevista à Globo, afirmou que na manifestação a PM “chegou atirando para cima”. “Não havia confronto”, disse.
Em 10 dias, a polícia matou 14 pessoas. No dia 2 de agosto, em uma operação policial na Penha, 10 pessoas foram mortas. Dia 6, um jovem que voltava da comemoração do próprio aniversário foi assassinado pela polícia. No dia seguinte, o menino Thiago, de 13 anos, foi assassinado na Cidade de Deus. E na manhã de hoje, mais duas mortes.
muito boa materia.demilitarizar a Policia é necessario