No início do mês, no dia 3 de outubro, pouco mais de 50 nacionalistas fascistas se reuniram no Centro da cidade de Santiago, capital chilena, para se manifestar contra a imigração e exigir que todos os estrangeiros não regularizados sejam expulsos do país.
Durante uma semana, depois que a multidão de xenófobos em Iquique, cidade costeira no norte do Chile, queimou pertences de migrantes venezuelanos que acampavam em uma praça, o discurso racista tomou conta da discussão pública no país, trazendo poucas soluções e agravando o conflito. Ao ponto de grupos fascistas se sentirem à vontade para realizar manifestações xenofóbicas e racistas.
“Com o fascismo não se discute, se combate”, a frase do movimento antifascismo internacional, levou mais de 100 militantes antifascistas às ruas da capital para evitar que os xenófobos se movessem livremente e desenvolvessem seu discurso de ódio e de violência racial, como aconteceu em Iquique. Os fascistas foram perseguidos pelas ruas do Centro de Santiago e esconderam-se atrás da polícia para continuar a gritar seus slogans odiosos.
Os poucos fascistas que ousaram enfrentar os antifascistas na vida real e não apenas nas redes sociais, ficaram feridos após apanharem de paus e pedras. Derrotados, conseguiram se esconder novamente atrás da polícia e foram escoltados até uma estação de metrô. O grupo promovia discursos contra a liberdade de quem cruza o continente em busca de uma melhoria em suas vidas.
Embora a “guerra de rua” não seja uma solução, não se deve permitir que ideias racistas e xenófobas circulem livremente sob a passividade da polícia e a negligência das autoridades. Movimentos sociais e grupos políticos de esquerda chilenos afirmam que “não podemos permitir que se repitam as terríveis imagens que vimos em Iquique e já constatamos que a defesa de nossos irmãos latino-americanos não virá das autoridades, virá, como sempre, das bases populares que por necessidade, mais uma vez, precisaram migrar em busca de um futuro melhor”.
A migração é um direito. Chega de xenofobia, chega de racismo. Como diz um cartaz acima (foto): “Al fascismo no se le discute, se le detruye”.
* Com informações do coletivo chileno de mídia independente Frente Fotográfico.