Um menino palestino de apenas 12 anos de idade foi assassinado após ser baleado por soldados israelenses na Cisjordânia, segundo o Ministério da Saúde palestino. Mohammed al-Alami estava em um carro dirigido por seu pai quando foi baleado na entrada da cidade de Beit Ummar, a meio caminho entre Belém e Hebron, segundo a agência oficial de notícias palestina Wafa.
Segundo os moradores, não houve distúrbios na área no momento dos disparos. Mohammed al-Alami foi baleado no peito e levado para o hospital em Hebron, mas não resistiu aos ferimentos e faleceu algumas horas depois.
O menino, cujo corpo estava envolvido pela bandeira do movimento Al Fatah, que governa a Cisjordânia, desfilou por Beit Ummar em um cortejo fúnebre antes de chegar ao cemitério. Em seguida, centenas de palestinos jogaram pedras contra os soldados israelenses, que responderam inicialmente com gás lacrimogêneo, informou um correspondente da AFP. Os soldados dispararam balas revestidas de borracha, granadas de choque e tiros de armas de fogo contra os palestinos que assistiam ao cortejo.
A repressão ao cortejo de Mohammed al-Alami, na quinta-feira (29/07), levou a morte de mais um palestino, assassinado por disparos do exército israelense. “Shawkat Khalid Awad, de apenas 20 anos de idade, morreu baleado na cabeça e no estômago em Beit Ummar”, informou o Ministério da Saúde palestino.
A Cisjordânia é um território palestino ocupado por Israel desde 1967, refletindo um verdadeiro Apartheid ao povo palestino. As colônias hebraicas no território são consideradas ilegais segundo o direito internacional.
A morte do jovem Mohammed al-Alami ocorreu um dia depois que um palestino de 41 anos foi baleado e morto por soldados israelenses na entrada da cidade de Beita, na Cisjordânia, cerca de 10 quilômetros ao sul de Nablus.
Shadi Salim, pai de cinco filhos, que trabalhava para o município palestino local, tinha ido à cidade para consertar um problema com o abastecimento de água, disse o morador Abu Abdullah à CNN internacional, quando foi morto a tiros por soldados israelenses. O exército israelense disse que Salim abordou os soldados de forma “ameaçadora” segurando o que parecia ser uma barra de ferro. “Depois de não parar, mesmo com os soldados atirando para o ar, o comandante da força atirou no suspeito”, disse um porta-voz do exército.
“Shadi tinha ferramentas com ele e chaves para encanamento. Eles o mataram a sangue frio”, disse Abu Abdullah.
A Cisjordânia está entre os territórios reivindicados pelos palestinos como parte de um futuro Estado. A violência vem aumentando na região desde 2014, quando as negociações mediadas pelos EUA – que apoiam o Estado de Israel – entre a Autoridade Nacional Palestina e Israel foram interrompidas.