NOTA DE REPÚDIO: Nós contra nós não faz sentido!

Segundo diversas pessoas presentes ao ato, a violência começou quando militantes tentaram fazer um bloqueio na Rua da Consolação, e adotaram outras táticas de Ação Direta, uma forma histórica e justa de ação da classe trabalhadora.

Imagem: Reprodução/Rede de Proteção e Resistência ao Genocídio

A Rede de Proteção e Contra o expressa seu repúdio aos atos de violência cometidos contra militantes por integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) durante o ato em contra o governo federal, realizado ontem (19) em São Paulo.

Segundo diversas pessoas presentes ao ato, a violência começou quando militantes tentaram fazer um bloqueio na Rua da Consolação, e adotaram outras táticas de Ação Direta, uma forma histórica e justa de ação da classe trabalhadora, no que foram apoiadas por diversos participantes do protesto. Várias pessoas foram agredidas fisicamente e ocorreu um clima de intimidação geral.

Um dos articuladores da Rede de Proteção foi uma das vítimas, tendo sido agarrado por sua camiseta. Uma das pessoas agredidas foi agarrada por militantes do MTST e foi intimidada e ameaçada de ser levada para agentes da Militar. As agressões só foram interrompidas graças à intervenção de do MTST.

A Rede de Proteção é uma organização suprapartidária, que, desde 2017, atua nas periferias e quebradas na denúncia e no combate à violência do Estado e considera inadmissível atos como os ocorridos ontem.

Não aceitamos nenhum tipo de violência ou intimidação contra militantes, ativistas ou coletivos, muito menos contra aqueles dedicados à luta contra o de Estado. É inadmissível que integrantes de um movimento social ajam como linha auxiliar da repressão.

A Rede de Proteção defende a união e, na medida do possível, a ação conjunta de grupos e organizações compromissadas em combater este governo genocida e as diversas formas em que o estatal se apresenta em nossa sociedade, marcada pelo racismo e pela desigualdade.

Diferenças de opinião ou de táticas devem sempre ser debatidas e discutidas de forma democrática e respeitosa, sem nunca recorrer à violência ou à criminalização de quem pensa diferente.

Não acreditamos em posturas punitivistas ou vingativas, mas sim na perspectiva de responsabilização, balanço sério e compromisso de não mais agir assim.

Repudiamos procurar o sistema violento e seletivo para buscar reparação, mas é necessário que o MTST haja de forma coerente e responsável para buscar a responsabilização das pessoas e a reflexão sobre o que significa agir com truculência entre companheiros, a fim de que deste episódio possamos ao menos levantar a discussão sobre represálias entre as esquerdas, para esse tipo de ação não venha mais a ocorrer.

Acreditamos sobretudo em práticas antipunitivistas para lidarmos coletivamente sobre o ocorrido, e estamos abertos ao diálogo.

A Coordenação do MTST precisa se responsabilizar pela ação de seus militantes no ato de ontem, pois o silêncio ou a criação de uma narrativa que justifique qualquer violência deste tipo apenas enfraquece a unidade popular.

A Rede de Proteção e Contra o se propõe a participar e colaborar com este debate.

Paz entre nós, aos senhores!

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Texto publicado originalmente
aqui.

Mídia1508

A 1508 é um coletivo de jornalismo independente anticapitalista, dedicado a expor as injustiças sociais brasileiras e a noticiar as mobilizações populares no Brasil e no mundo.

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