Um líder indígena da etnia Apurinã, de 44 anos, foi executado a tiros na manhã desta terça-feira (6). Ele foi baleado perto de casa, em um conjunto habitacional no bairro Monte das Oliveiras, na Zona Norte de Manaus. Carlos Alberto Mackpak, saiu de casa para comprar pão pouco antes das 8h. Depois de caminhar alguns metros pela via, dois homens se aproximaram a pé e abriram fogo contra o apurinã. Estima-se, inicialmente, que foram, ao menos, cinco tiros.
O tuxaua – liderança comunitária – morreu no local. Segundo sua companheira, ele apoiava a retomada batizada como Cemitério dos Índios, também na zona norte da capital amazonense. Os indígenas defendem que a área lhes é de direito ancestral e tentam obter posse legítima da terra, mas tem de conviver com constantes ameaças, tanto do Estado, quanto de facções de traficantes locais.
“Eu só sei uma coisa: estão matando os indígenas. Tem alguém ameaçando eles, pois tão matando os indígenas. Ele era tuxaua, uma liderança daqui.”, disse a mulher, que preferiu não se identificar.
Cemitério dos Índios
“A ideia é que a gente fique aqui porque na verdade este lugar é direito de todos nós, indígenas”
Atualmente, residem no Cemitério cerca de 380 famílias de 17 etnias diferentes, como Kokama, Apurinã, Mura, Kambeba, Baré, Munduruku, Desano e Saterê Mawé. “Aqui um se comove com o outro, nós somos todos parentes, temos o mesmo sangue na veia” afirma.