Na tarde da última quarta-feira (24), um grupo de dezenas de ambulantes fechou por algum tempo a Estrada da Portela, próximo ao Mercadão de Madureira, na zona norte do Rio, em protesto contra a repressão ao seu trabalho pela Prefeitura. Alguns dos manifestantes chegaram a incendiar uma barricada para paralisar o trânsito.
A Guarda Municipal e a Polícia Militar foram acionadas para tentar conter a revolta popular. A página Onde Tem Tiroteio (OTT-RJ) divulgou um vídeo em que é possível ouvir bombas de efeito moral sendo usadas. Até o momento, não há informações sobre detenções ou pessoas feridas.
A manifestação aconteceu poucas horas depois de o trabalhador informal Paulo Roberto Sales Rocha, de 52 anos, ter invadido a Subprefeitura da Barra da Tijuca, na zona oeste, e atirado duas garrafas de coquetel molotov, incendiando o segundo andar do prédio na Avenida Ayrton Senna.
Segundo uma testemunha, Paulo Roberto é ambulante de praia e estava revoltado com as constantes multas que sofria por parte da CCU (Coordenadoria de Controle Urbano).
O camelô foi preso, após ter sido atacado com armas de choque pela Guarda Municipal. Ele foi levado inicialmente levado para o Hospital Municipal Lourenço Jorge e depois para a 16ª DP (Barra da Tijuca), onde o caso foi registrado. O trabalhador irá responder pelo crime de “incêndio qualificado”.
Segundo levantamento divulgado em março deste ano pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de desempregados no Brasil ultrapassou o patamar de 13 milhões. A falta de oportunidade obrigou muitos brasileiros a investirem na informalidade para sobreviver.
No estado do Rio de Janeiro, a taxa média anual de desemprego ficou em 15% no ano passado. Foi o estado em que o desemprego mais aumentou nos últimos quatro anos, registrando um salto de 138% desde 2014.