Na noite desta segunda-feira (1), milhares de palestinos se reuniram para velar o corpo de Mohamed Samir Obaid, jovem de 20 anos de idade morto na última semana pela polícia israelense durante um protesto pacífico no território ocupado de Jerusalém Oriental. O velório foi seguido por confrontos entre manifestantes palestinos e as forças da ocupação.
Samir foi baleado com munição letal na última quinta-feira (27) enquanto participava do ato, que aconteceu no bairro árabe de al-Issawiya. Os disparos o atingiram no peito e no coração. Na ocasião, cerca de vinte outros palestinos foram feridos por tiros e bombas de gás lacrimogêneo.
A manifestação era contra a recente escalada de repressão por Israel à comunidade.
Durante a adolescência, Obaid já havia passado quatro anos nas prisões israelenses pelas suas atividades contra o regime de apartheid. O seu pai e sua irmã também são antigos perseguidos políticos. Após o assassinato, o Estado de Israel reteve o seu corpo por quatro dias, devolvendo-o aos seus familiares apenas na manhã de ontem.
O Crescente Vermelho palestino, movimento humanitário ligado à Cruz Vermelha internacional, divulgou um comunicado informando que, desde quinta-feira, tratou 80 feridos durante os protestos em al-Issawiya. Os socorristas denunciam que os postos de controle israelenses têm tentado impedir o seu trabalho, obstruindo o deslocamento de ambulâncias para os locais de conflito.
Há anos, os moradores do bairro são submetidos a sucessivas ataques e prisões levados a cabo pelas tropas sionistas. São frequentes as demolições de casas. O ato na quinta-feira ocorreu após duas semanas de intensificação da intervenção militar e policial israelense na região.