Indígenas Kaiowa lutam para reverter anulação da demarcação da terra indígena Guyraroka

Foto: Tiago Miotto/Cimi

Cerca de 50 lideranças Kaiowá realizam nesta quinta-feira (27) o segundo dia de vigília em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF). Isso porque nesta mesma data, a partir das 14h será julgada a Ação Rescisória (AR) 2686, por meio da qual a comunidade busca reverter a decisão tomada em 2014 pela Segunda Turma da corte, que invalidou a demarcação da terra indígena sem que a comunidade fosse admitida como parte e sequer ouvida no processo.

“Não ouviram a liderança, nem o nhanderu [rezador], nem sequer mesmo a juventude. Então, pedimos que os ministros ouçam a gente, que ouçam a voz da comunidade Guyraroka. Como podem dizer que o Guyraroka não existe sem nem nos ouvirem?”, questiona a jovem.

Inicialmente, a ação rescisória foi negada pelo relator, o ministro Luiz Fux. Os Kaiowá e a Procuradoria-Geral da República (PGR) recorreram da decisão e o recurso chegou a ser pautado no plenário virtual do STF. Com votos negativos de Fux e Cármen Lúcia, a votação digital foi interrompida após pedido de vistas do ministro Edson Fachin.

Para a grande assembleia e Kaiowá – Aty Guasu, o destino do tekoha Guyraroka diz respeito à vida de todo o povo.

“A decisão de anulação do Território de Guyraroka é um atestado de e de massacre por parte do Estado não só contra as famílias de Guyraroka, mas também contra todo nosso povo”, declarou a Aty Guasu no ano passado. “Se suspenderem nossos territórios no papel, nós os defenderemos com nossas vidas”.

Mídia1508

A 1508 é um coletivo de jornalismo independente anticapitalista, dedicado a expor as injustiças sociais brasileiras e a noticiar as mobilizações populares no Brasil e no mundo.

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