O adolescente Victor da Silva Barbosa, de 19 anos, morreu na última segunda-feira (4) após ser submetido a uma sessão de espancamento por policiais militares em Fortim, no litoral do Ceará. Victor, que não tinha antecedentes criminais, havia sido detido junto com outros dois rapazes, acusados de “desacato”, durante uma batida policial contra foliões que pulavam o carnaval de rua na cidade.
“Eles [policiais] pegaram e levaram o Victor, eu fui junto. Quando cheguei lá, pedi para entrar e não deixaram. Só escutava as porradas deles, chutando, chutando e chutando. Ele [Victor] nem gritava mais, desmaiou. Eles continuaram, continuaram, mesmo com ele desmaiado”, denunciou Nadja da Silva, prima de Victor.
Em nota sobre o ocorrido, a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS) veiculou a absurda versão de que a vítima teria simplesmente “passado mal” após a abordagem, narrativa que foi reproduzida como fato pelas principais empresas de comunicação locais.
A repressão gerou revolta na população que participava do evento, que, após as após a notícia da morte, se dirigiu ao centro de Fortim e incendiou um posto de saúde. Após o tumulto, a prefeitura decidiu cancelar o restante da programação de carnaval na cidade.