Na última quarta-feira (29.10), após passarem a manhã recolhendo corpos e levando para a Praça São Lucas, na Penha, familiares e moradores da Penha e do Alemão foram ao Palácio Guanabara, casa do governador, na Zona Sul do Rio de Janeiro, para protestar contra a chacina em que mais de 130 pessoas foram mortas.
A manifestação foi recebida por forte repressão policial, com agentes empunhando fuzis e bloqueando o acesso ao Palácio.
Ainda assim, os manifestantes chegaram em frente à casa do governador exigindo o impeachment de Cláudio Castro (PL) e denunciando a operação policial como um massacre.
Cláudio Castro se tornou o governador que mais matou em operações policiais: em 2021, no Jacarezinho, 27 pessoas foram assassinadas; em 2022, na Vila Cruzeiro, foram 23 vítimas; e pelo menos 130 pessoas foram mortas na Penha e no Alemão, apesar dos números oficiais afirmarem 121 (117 pessoas e 4 policiais).
Ao entrevistar moradores da região, todos nos confirmaram um número maior que 130 pessoas. Denunciaram, inclusive, que agentes do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) retiraram corpos do local.
A marca supera a do emblemático Massacre do Carandiru, de 1992, quando a polícia militar de São Paulo assassinou 111 presos, segundo os números oficiais.
Os cadáveres foram encontrados com sinais de tortura e execução, como mãos amarradas, facadas e tiro na boca. Alguns estavam com o rosto desfigurado e um foi decapitado.
São pelo menos 130 mortes sem qualquer informação ou perícia. Corpos sem nome, condenados de antemão como “criminosos” pelo Estado e pela imprensa e executadas e, por isso, não merecedoras nem mesmo dos direitos mais básicos.







