Revolta após ação da PM matar professor no Complexo do Alemão

Moradores do Complexo de Favelas do Alemão, zona norte do Rio de Janeiro, protestaram na tarde desta terça-feira (14) após uma ação da Militar (PM) assassinar Jean Rodrigo Aldrovande, professor de jiu-jitsu que dava aulas em um projeto social na região.

Jean era mestre na escola Maneco Team e funcionário contratado pelo Ministério do Esporte. Segundo relatos, o professor, que seguia uma dieta firme e estava focado nos treinos, caminhava em direção a escola de artes marciais onde trabalhava, quando a entrou atirando na localidade conhecida como Canitar. O esportista foi atingido na cabeça e morreu na hora.

Moradores denunciaram que os agentes negaram socorro a vítima. Revoltados, montaram barricadas em uma das ruas de acesso à favela, com galhos de árvores, pneus, lixeiras e outros objetos, que foram queimados. Os policiais responderam com spray de pimenta.

Um dos manifestantes, enquanto ajudava a erguer uma barricada gritava para a repressão: “Vai matar mais gente inocente?”

No começo da noite, os manifestantes voltaram a bloquear as ruas com barricadas.  Policiais atiraram com balas de borracha contra a multidão. Em seguida, disparos de armas de fogo também foram ouvidos.

Na escola de treinamento, alunos recordaram a dedicação de Jean ao esporte. Emocionados, eles mostraram o quimono que o mestre usava nas aulas.  A faixa, marrom, representa a penúltimo nível antes da graduação máxima, que é a faixa preta.

A família do atleta, sabendo da prática da de acusar todos os pretos e pobres que assassina de serem “traficantes”, encaminhou um recibo de pagamento de salário do professor para evitar especulações. E mais uma vez é a vítima que tem que se explicar.

No começo da noite, os manifestantes voltaram a bloquear as ruas com barricadas.  Policiais atiraram com balas de borracha contra a multidão. Em seguida, disparos de armas de fogo também foram ouvidos.

Na escola de treinamento, alunos recordaram a dedicação de Jean ao esporte. Emocionados, eles mostraram o quimono que o mestre usava nas aulas.  A faixa, marrom, representa a penúltimo nível antes da graduação máxima, que é a faixa preta.

A família do atleta, sabendo da prática da de acusar todos os pretos e pobres que assassina de serem “traficantes”, encaminhou um recibo de pagamento de salário do professor para evitar especulações. E mais uma vez é a vítima que tem que se explicar.

O professor Jean Rodrigo Aldrovande / Foto: Arquivo pessoal

Letalidade policial no Rio é a maior dos últimos 21 anos

As Polícias e Civil do Rio mataram 434 pessoas de janeiro a março deste ano, segundo o Instituto de Segurança Pública (ISP-RJ). Foram quase cinco (4,82) mortos por dia, recorde para o período na série estatística de 21 anos, iniciada em 1998.

Cinco dos oito trimestres com mais casos desde o início da série histórica são justamente os cinco mais recentes: os quatro de 2018 e o primeiro de 2019. Em comparação com os primeiros três meses do ano passado, o mesmo período deste ano apresentou um aumento de 18% nas mortes. Antes de 2018, ano da na segurança pública, o estado nunca havia ultrapassado a marca de 400 mortes pelas mãos de policiais em três meses.

As mortes continuam no trimestre em curso. Só em quatro dias de maio, da sexta-feira, dia 3, à segunda-feira, dia 6, pelo menos 13 pessoas morreram por ação policial: quatro no morro do Borel (zona norte), uma na  (zona sul) e oito nas favelas do Complexo da  (zona norte).

Rafael Daguerre

Fotógrafo, Repórter, Editor e Documentarista

Um dos fundadores da Mídia1508. "Ficar de joelhos não é racional. É renunciar a ser livre. Mesmo os escravos por vocação devem ser obrigados a ser livres, quando as algemas forem quebradas" ― Carlos Marighella.

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