A revolta contra o aumento dos transportes em 1987

Durante o Plano Cruzado, um salário mínimo comprava cerca de 500 passagens de ônibus. Com o Plano Bresser, esse poder de compra caiu pela metade.

Ônibus incendiado por manifestantes no centro do Rio de Janeiro / Foto: Alexandre Sassaki

A contra o aumento das tarifas de ônibus no em 30 de Junho de 1987. É bom para lembrarmos que não foi só em que explodiu uma contra o aumento do preço dos transportes na cidade. Coletivos ficaram em chamas, cerca de 60 ônibus foram incendiados por populares revoltados com o aumento de 49% nas tarifas.

A de 1987

A população do é surpreendida pela elevação de 49% no preço das passagens de ônibus. A tarifa da maioria das linhas passa de 4,80 cruzados para 7,20 cruzados. As viagens mais longas aumentam  de 9,50 cruzados para 14,20 cruzados. O reajuste ocorria em plena vigência do Plano Bresser, lançado no dia 12 do mesmo mês, que estabelecia o congelamento de todos os preços por um período mínimo de 90 dias.

O aumento fora autorizado pelo juiz da 2ª Vara da Fazenda Pública do Rio de Janeiro, Ivaldo Correa de Souza, sem contestação pelo governo federal. Os cariocas, que gastavam em média 30% de seus ganhos com transporte público, se revoltaram. Manifestantes incendiaram 60 ônibus e quebraram vidraças e carrocerias de outros cem. Mais de 50 pessoas ficaram feridas. Diante da intensidade dos protestos, o juiz revogou a autorização.

Durante o Plano Cruzado, um salário mínimo comprava cerca de 500 passagens de ônibus. Com o Plano Bresser, esse poder de compra caiu pela metade. Em São Paulo, o preço das passagens subiu de uma forma tão absurda que o aumento chegou a 433% entre março de 1986 e julho de 1987.

Não há sem revolta.

Coletivos em chamas no Rio; 60 ônibus foram incendiados por populares revoltados com o aumento de 49% nas tarifas / Foto: Alexandre Sassaki

Texto e informações: Memorial da Democracia

Rafael Daguerre

Fotógrafo, Repórter, Editor e Documentarista

Um dos fundadores da Mídia1508. "Ficar de joelhos não é racional. É renunciar a ser livre. Mesmo os escravos por vocação devem ser obrigados a ser livres, quando as algemas forem quebradas" ― Carlos Marighella.

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