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Revolta estudantil na França

Foto: Reprodução

Ainda se recuperando dos recentes protestos dos “Gilets Juanes” (os “coletes amarelos”) contra o aumento do combustível, a foi atingida por outra onda de manifestações em todo o país contra o governo neoliberal de Emmanuel Macron. Atendendo a um chamado do Sindicato Nacional dos Estudantes do Ensino Médio (UNL), milhares de jovens encheram as ruas das cidades franceses de nesta segunda-feira, 03 de dezembro.

As passeatas rapidamente se transformaram em ações diretas, estudantes franceses bloquearam escolas, queimaram carros, ergueram barricadas e enfrentaram a com pedras em meio a protestos de massa.

Os secundaristas têm suas próprias razões para protestar. As palavras de ordem do movimento evocam as reformas do ensino médio e do exame de conclusão que dá acesso ao ensino superior, assim como o critério de seleção dos alunos por instituição. Eles afirmam que as mudanças que estão sendo instaladas a esse respeito fortalecerão a desigualdade social.

Carro incendiado durante os protestos estudantis em Aubervilliers, Paris. Foto: Thomas Samson

Outro desacordo com os anúncios do governo foi a criação do Serviço Nacional Universal (SNU), que será testado em algumas centenas de jovens voluntários em junho de 2019, antes de sua implementação para todos os jovens desta geração até 2026. Este programa prevê que todo estudante faça um mês de “serviço cívico obrigatório” por volta dos 16 anos.

No subúrbio parisiense de Auberville, manifestantes atearam fogo em um carro em frente à escola Pierre Timbauda.

Os jovens também fizeram fugir policiais e bombeiros que tentava desbloquear a instituição de ensino, arremessando tudo que tinha nas mãos contra os agentes da até fazê-los abandonar o local.

Em Nice, metade das escolas amanheceram bloqueadas. Em seguida, uma grande marcha foi realizada no centro da cidade. Os manifestantes, que inicialmente se uniram contra a reforma da educação, começaram a gritar também slogans que pediam a renúncia de Macron, do partido direitista La Republique En Marche. Alguns usavam coletes amarelos. Uma rodovia foi fechada pelo protesto.

Em Toulouse, um confronto entre estudantes do ensino médio e a nacional francesa se estendeu durante várias horas, pela parte da tarde.

Barricadas também foram erguidas e incendiadas na cidade de Toulon.

Em Orleans, policiais usaram gás lacrimogêneo e granadas de efeito moral para tentar conter a rebelião estudantil. Em resposta, os jovens viraram carros de ponta cabeça e enfrentaram a repressão. Alguns estudantes foram detidos.

Rafael Daguerre

Fotógrafo, Repórter, Editor e Documentarista

Um dos fundadores da Mídia1508. "Ficar de joelhos não é racional. É renunciar a ser livre. Mesmo os escravos por vocação devem ser obrigados a ser livres, quando as algemas forem quebradas" ― Carlos Marighella.

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