1° de Maio no Rio de Janeiro

Foto: Rafael Daguerre / Mídia1508

No Centro da cidade do Rio de Janeiro, movimentos sociais realizaram uma manifestação pelo 1° de Maio, Dia Internacional dos Trabalhadores, firmando um discurso de que não é um dia de comemoração, mas de luta. Movimentos como Aldeia Maracanã, Frente Internacionalista dos Sem Teto (FIST), Assembleia Antifascista e Ação Direta em Educação Popular (ADEP), entre outros, estiveram presentes no ato. Com discursos contra o patriarcado e o racismo, o assassinato de Marielle foi lembrado. Lideranças falaram também contra a Intervenção Federal e Militar no Rio de Janeiro e também contra as eleições desse ano, chamando o voto nulo e a palavra de ordem “não vote, lute”.

O Dia Internacional dos é a comemoração do evento Revolta de Haymarket, em Chicago, em 1886. O 1° de maio é o Dia do Trabalhador, data que tem origem a primeira manifestação de 500 mil nas ruas de Chicago, e em uma greve geral em todos os Estados Unidos, em 1886. Três anos depois, em 1891, o Congresso da Segunda Internacional convocou, na França, uma manifestação anual, em homenagem às lutas sindicais de Chicago. A primeira acabou com 10 pessoas assassinadas em consequência da intervenção policial.

“Um dia de rebelião, não de descanso! Um dia não ordenado pelos vozerios arrogantes das instituições que tem aprisionado o mundo do trabalhador! Um dia em que o trabalhador faz suas próprias leis e tem o poder de executá-las! Tudo sem o consentimento nem aprovação dos que oprimem e governam. Um dia em que com tremenda força a unidade do dos se mobiliza contra os que hoje dominam o destino dos povos de toda nação. Um dia de protesto contra a opressão e a tirania, contra a ignorância e a de todo tipo. Um dia para começar a desfrutar oito horas de trabalho, oito horas de descanso, oito horas para fazer o que nos dê vontade.”

Essa era a convocatória do 1° de maio de 1886, dia em que cerca de cinco mil greves com milhares de grevistas se espalharam pelos Estados Unidos. Chicago foi palco de muita luta, repressão, mortes e injustiças. As origens vêm com a proposta dos organizados na Associação Internacional dos Trabalhadores (AIT) declarar um dia de luta pelas oito horas de trabalho. Mas foram os acontecimentos de Chicago, de 1886, que vieram a dar o seu definitivo significado de Dia Internacional de Luta dos Trabalhadores. É importante resgatar a memória do 1º de Maio e recuperar a história para entender que o Dia do Trabalhador não é dia de festas. É dia de lembrar nossos mortos, dia de luta e resistência, de revolta para a classe trabalhadora.

Foto: Rafael Daguerre / Mídia1508

O 1° de Maio comemora a luta histórica da classe trabalhadora em todo o mundo e é reconhecido na maioria dos países. Os da América (EUA) e Canadá estão entre as exceções. Apesar do fato de que o feriado começou na década de 1880 nos EUA. A luta pela jornada de oito horas começou na década de 1860. Em 1884, a Federação de Negócios organizada e Sindicatos dos Estados Unidos e do Canadá, organizado em 1881 (e mudando seu nome em 1886 para Federação Americana do Trabalho) aprovou uma resolução que afirmava que:

“[…] oito horas constituirão um dia de trabalho legal a partir e após 1 de Maio de 1886, e que nós recomendamos para organizações de trabalho em todo este distrito que elas assim direcionem suas leis para se conformar com esta resolução”

No ano seguinte, a Federação repetiu a declaração de que um sistema de oito horas era para entrar em vigor em 1 de Maio de 1886. Com sendo forçados a trabalhar dez, doze e quatorze horas por dia, o apoio ao movimento de oito horas cresceu rapidamente. Nos meses anteriores a 1° de Maio de 1886, milhares de trabalhadores, organizados e não organizados, os membros da organização Cavaleiros do Trabalho e da federação, foram atraídos para a luta. Chicago foi o principal centro da agitação pela redução. Os anarquistas estavam na vanguarda do Sindicato Central de Chicago, que consistia de 22 sindicatos em 1886, entre eles os sete maiores da cidade.

Vídeos do ato no Rio:

“A nossa pauta principal é a Universidade Indígena, porque ali é uma escola de formação política revolucionária, é uma escola autônoma, é uma escola em que estaremos em uma universidade não-elitista, não uma universidade em que os princípios mercadológicos irão imperar, não!”, Mônica Lima, ativista da Aldeia Maracanã. Assista:

https://youtu.be/YzOYji78n6o

“Não é dia de festa para a Classe trabalhadora. São milhões de pessoas desempregadas sem ver uma luz no fim do túnel para levar alimentos para casa. Tudo isso é um projeto neoliberal, exploração da classe operária para nos manter escravos eternamente. É de grande valia que nos rebelemos!”, Cláudio Gari, trabalhador e militante da CLC.

Fotografias do no Centro do Rio:

Rafael Daguerre

Fotógrafo, Repórter, Editor e Documentarista

Um dos fundadores da Mídia1508. "Ficar de joelhos não é racional. É renunciar a ser livre. Mesmo os escravos por vocação devem ser obrigados a ser livres, quando as algemas forem quebradas" ― Carlos Marighella.

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